quarta-feira, 25 de abril de 2012


Alterações climáticas

A mais actualizada informação científica indica que estamos em face de alterações climáticas à escala global profundas, cuja principal responsável é a actividade humana, nomeadamente emitindo gases de efeito de estufa (GEE), fazendo uma sobre-exploração de recursos como a água, as florestas e o solo. As suas repercussões fazem se sentir a vários níveis, assim verifica-se uma maior ocorrência de fenómenos climáticos extremos, regista-se uma subida do nível do mar em resultado do degelo, alteram-se os padrões de chuva, degrada-se a biodiversidade o que faz com que o risco de carência alimentar seja iminente.
 Cerca de 20 por cento das emissões de CO2 são resultantes da combustão de combustíveis fósseis, de modificações na utilização dos solos e da desflorestação. As emissões anuais aumentam a um ritmo acima da capacidade de absorção do CO2 atmosférico pela biosfera e pelos oceanos. Para impedir impactos gravosos a nível mundial é necessário evitar que o aumento da temperatura média global relativamente ao valor pré-industrial não ultrapasse 2ºC.Este objetivo consegue-se com uma estabilização da concentração dos gases com efeito de estufa, mas ele é praticamente impossível, pois se atingirmos o máximo das emissões globais em 2020, e assegurarmos imediatamente a seguir a uma redução drástica, consegue-se apenas não ultrapassar o aumento da temperatura média global de 3ºC comparativamente com o período pré-industrial.
Na reunião do G8 realizada em 2008, os países desenvolvidos declararam esforçar-se para partilhar com os outros signatários da Convenção Quadro das Nações Unidas para as alterações climáticas, adpotarem o objectivo de alcançar uma redução de, pelo menos 50 por cento das emissões globais. Esta deliberação é cautelosa e ambígua, assim como os referidos países evitaram calendarizar a redução das emissões a curto prazo, como fez a Europa, assumindo uma redução das emissões em 20% até 2020.Esta recusa envolve o cumprimento da meta anunciada para 2050 numa enorme incerteza. Entretanto, a China e a Índia, já fizeram saber que não partilham o objectivo enunciado pelo grupo dos G8 enquanto os E.U.A. não decidirem reduzir de modo significativo e eficaz as suas emissões durante a próxima década.
A temperatura média global aumentou 0,47ºC entre 1906 e 2005. A precipitação tende a ocorrer em períodos mais curtos e com maior intensidade, aumentando o risco de cheias e de secas. A área mínima do gelo oceânico, tem vindo a diminuir em média 8,6% por década. No que diz respeito aos recursos hídricos, a disponibilidade de água aumentará nos trópicos e nas latitudes elevadas. Contudo, nas latitudes médias e nas regiões semiáridas a disponibilidade de água irá diminuir e a ocorrência de secas será mais frequente. As estimativas mostram que até á década de 2070 cerca de 70% da área das bacias hidrográficas mundiais irão sofrer de escassez de água. Caso a temperatura média global aumente mais do que 3ºC, cerca de 30 % das zonas húmidas costeiras desaparecerão devido á subida do nível do mar.

Os impactos das alterações climáticas irão agravar-se ao longo do século XXI, especialmente se não for possível estabilizar a concentração de gases com efeito de estufa. Para o impedir será imperioso descarbonizar a economia global por vai do aumento da eficiência energética, da diminuição da dependência dos combustíveis fósseis e do desenvolvimento e maior utilização das energias renováveis. O que se espera dos líderes mundiais, europeus e nacionais, é que se comprometam a conter a emissão de gases com efeito de estufa, para tal devem seguir a Estratégia Europeia da Energia 2020.

Marta Franco nº 18300

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