domingo, 20 de maio de 2012

Fraldas - Um Problema Ambiental

As fraldas fazem desde há muito tempo parte da higiene do homem e sempre existiu, por parte deste, a ideia de concebe-las cada vez mais confortáveis e práticas. As primeiras eram feitas a partir de panos e eram reutilizáveis, mas com o avançar da tecnologia surgiram novos materiais e novas formas de criá-las. As fraldas descartáveis surgiram na década de 70, e rapidamente se tornaram famosas dado ao seu sentido prático de utilização e simplificação do quotidiano doméstico. Contudo, tornaram-se também num problema ambiental grave, pois os resíduos resultantes destas são depositados em aterros sanitários e levam mais de 500 anos a serem eliminados, devido à sua constituição (cerca de 30% de material plástico). Estima-se que até aos 2 anos de idade, um bébé gasta em média cerca de 3000 fraldas descartáveis, o que equivale a cerca de 5 árvores derrubadas para a produção das mesmas, trazendo ainda riscos ambientais e para a saúde publica por causa dos seus residuos. Deve-se referir ainda, que os materiais fecais humanos contêm bactérias e vírus responsáveis por perturbações intestinais e doenças graves, que podem ter impactos muito negativos quando depositados em aterros: contaminação das reservas de água subterrâneas e insectos . Segundo a associação ambientalista Quercus, as fraldas descartáveis representam 5% do lixo urbano. O especialista em residuos Rui Berkemeier, da mesma associação, afirma que um bébé produz entre 800 quilos a uma tonelada de fraldas durante a sua vida. «Normalmente vão para incineração e, sobretudo, para aterros. O balanço ambiental entre fraldas descartáveis e reutilizáveis é claramente favorável às reutilizáveis. Além disso é uma solução que permite poupar a longo prazo muito dinheiro». O uso de fraldas biodegradáveis pareceu ser uma alternativa a considerar, estas possuem um aditivo de amido, que tem como fim facilitar a sua fragmentação, mas tendo em conta que o volume de plástico se mantém o mesmo, não tem qualquer viabilidade. A acrescentar o facto, que o amido é um açúcar e que impossibilita a reciclagem do plástico. Já as tradicionais fraldas reutilizáveis, apesar de parecerem mais ecológicas, apresentam também impactos bastante negativos resultantes da sua lavagem (gastos de agua, energia,uso de detergentes e branqueadores - produtos tóxicos como o cloro). Contudo, suportam até cerca de 800 lavagens a 40 graus, e podem ser lavadas com a restante roupa. Um dos grandes argumentos usados em favor das fraldas reutilizáveis é o facto das fraldas poderem passar para outros bebés, podem ser vendidas, ou simplesmente guardadas até ter outro filho. Uma outra questão importante neste tipo de fraldas, prende-se com o bem estar do bébé e sua protecção a nivel de saúde. O uso de corantes e fragrâncias aplicadas a fim de melhorar a suavidade e qualidades anti-alérgicas, podem ser prejudiciais para a sua saúde. As fraldas de algodão em enfermarias, por exemplo, podem levantar problemas graves, pois o seu uso aumenta a proliferação de infecções sobretudo porque mesmo quando lavadas, são usadas por mais do que uma criança. Nestes casos exigem a utilização de fraldas descartáveis. Não se pode concluir qual é o melhor tipo de fraldas a usar e a ciência continua em busca de uma resposta para tal. Até lá, cabe a cada utilizador responsabilizar-se pela sua escolha.

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